Clero de Registro participa de encontro de espiritualidade virtual

Clero de Registro participa de encontro de espiritualidade virtual

Na manhã desta sexta-feira, 19, dia em que a Liturgia da Igreja celebra a Solenidade do Sagrado Coração de Jesus e o Dia Mundial de Oração pela Santificação do Clero, a Diocese de Registro promoveu uma manhã de espiritualidade virtual para o clero. O momento de reflexão foi conduzido pelo Padre Air José Mendonça, mSC, pároco da Igreja de São José, Arquidiocese de Campinas. Participaram do encontro, cada um em sua casa, além do clero diocesano, os sacerdotes das congregações religiosas atuantes em Paróquias da Diocese e os seminaristas diocesanos.

O encontro teve início com a recitação do Ofício Divino e com breves palavras de Dom Manoel Ferreira dos Santos Júnior, mSC, Bispo de Registro e de Dom José Luiz Bertanha, SVD, Bispo Emérito de Registro. Contou com momentos de silêncio e reflexão pessoal e com um momento de partilha e troca de experiências. 

Para propor uma meditação aos sacerdotes, Padre Air José apresentou o versículo do Evangelho de São Marcos “Jesus, cheio de compaixão, estendeu a mão, tocou nele…” (1,41) e, a partir disto, apresentou o Coração de Jesus como centro da vida sacerdotal: “Quando o Coração de Jesus é o alicerce da nossa vida, vamos compreender onde ele quer que estejamos e para onde devemos ir. Quando tenho os sentimentos de Cristo descubro que o lugar onde tenho que estar é ao lado dos que estão à margem, porque foi lá que Jesus escolheu para fazer seu ministério. A compaixão se dá no estar ao lado do outro sem interesse, apenas porque a pessoa está num estado de dor e isso deve preencher a nossa vida”. 

Refletindo sobre a necessidade de o sacerdote não ter medo de estar junto das pessoas, ser próxima, tocá-las, Padre Air recordou que isso só será possível “quando nos despimos do que somos para deixar que o Cristo se faça presente no outro através de nós. A fragilidade não deve ser um problema, sendo preciso um processo de conversão, de olhar para si mesmo com o olhar compassivo de Jesus. Somos, por excelência, lugar da revelação de Deus. Por isso a insistência de Jesus em estar presente, colocar-se como um de nós, exceto no pecado. Nós somos o altar de Deus”, disse.  

“Na quarentena é muito comum a gente ouvir que as pessoas não veem a hora de se encontrar, se abraçar e sentir a presença do outro. O toque aqui é o preâmbulo de que estar próximo é libertador. A Igreja, de uma maneira geral, tem percebido como, de fato, as pessoas sentem a falta dos seus pastores. O distanciamento causa solidão, apreensão, medo, insegurança. Esses sentimentos eram os mesmos que os que estavam à margem sentiam antes de Jesus”, comentou o padre a partir do momento novo que a Igreja vive junto com a humanidade. 

Por fim, Padre Air chamou a atenção para a necessidade de os sacerdotes viverem uma vida de contemplação, como forma de atualizar, em si, os sentimentos do Coração de Jesus: “Quanto contemplo, segundo os jesuítas, eu coloco os meus sentidos em função da fé. Quando isto acontece eu consigo perceber de maneira mística o lugar onde eu estou e para onde devo ir. Sem a contemplação passamos constantemente pelo processo da aridez porque nunca temos tempo de ouvir. E a aridez pode ser o excesso de palavras, de trabalho, de reuniões, de funções, do ativismo”, concluiu. 

Desde o dia 16 de março, quando as atividades e reuniões presenciais foram suspensas em toda Diocese de Registro, como medida para prevenção do coronavírus, esta foi a segunda vez que Dom Manoel Ferreira dos Santos Júnior, mSC,  reuniu-se com o clero para momentos de partilha, oração e organização pastoral. 

Por: Rubens da Cruz