Pe. Slawomir e sua presença em nossa Diocese de Registro

Pe. Slawomir e sua presença em nossa Diocese de Registro

Por: Pe. Marciel Teixeira de Oliveira

No dia 09 de abril, o nosso amigo e irmão Pe. Slawomir Rzepka fez a sua Páscoa definitiva para a casa do Pai. A nós da Diocese de Registro resta-nos a saudade e as boas lembranças desse homem de Deus, de coração despojado e missionário. Pessoalmente, conheci o Pe. Slawomir em 1997 quando eu fazia o primeiro ano de seminário e aos finais de semana, realizava minha atividade pastoral na paróquia Santo Antônio em Juquiá -SP. Na época, Pe. Slawomir tinha apenas 30 anos e se destacava por seu jeito alegre e despojado. Ficou marcado em minha memória, o dia de sua posse como pároco, em que ele dispensou os protocolos, assumindo a responsabilidade de pároco com muita simplicidade e leveza. Dispensou também a sua fala final dando a entender que teria muito tempo para isso. Também me chamou a atenção, que ele não quis ficar sozinho na casa paroquial e preferiu na época, morar no noviciado do Verbo Divino, que naquele período ficava próximo a cidade. Desta maneira, se mostrava alguém que tinha gosto pelo comunitário e de estar com as pessoas. De fato, fez uma passagem marcante por aquela cidade. Eu sei que alguns ali tinham ele, e ainda o tem, mais do que um padre e sim como um amigo, um irmão, um pai. No ano 2000 ele foi para São Paulo, retornando em 2006 para Iguape na terra do Bom Jesus. Já mais um pouco experiente e com a mesma alegria e irreverência, andava pelas ruas antigas de Iguape sempre de chinelo, de barba e cabelo compridos. Foi nesse período, que ele se aproximou da fazenda da Esperança, proximidade esta que ele cultivou sempre enquanto esteve na diocese. Com seu jeito muito humano ajudou a muitos que procuravam ajuda para se libertar dos vícios. Neste período eu já era padre e tivemos a oportunidade de conversar longamente e dessa maneira pude perceber algo diferencial em sua pessoa: sua espiritualidade e profundidade humana. Aliás, sua espiritualidade e sua humanidade era uma realidade só. Suas alegrias e crises existenciais eram também suas alegrias e crises espirituais, típicas de todos aqueles que se encarnam na realidade da vida que sempre é marcada por belezas e misérias. Por um tempo ele esteve como pároco na paróquia de Sant’Ana, em Iporanga, conquistando mais uma vez o coração do povo. Se ausentou por um tempo da diocese e quando retornou realizou sua última missão aqui na diocese, na paróquia Estrela do Mar na Ilha Comprida. Em dezembro, eu fui visita-lo. Conversamos e confessamos. Ele me falou da mudança para a diocese de Ji- Paraná -RO.  Falou que iria de moto e que seriam seis (6) dias de viagem (acho que isso foi simbólico por que o setimo dia é o dia de descanso…afinal agora ele repousa em Deus). E foi dessa maneira que ele deixou a diocese, despojado e sem bagagem. Com a mesma leveza que chegou, também partiu; é claro, que com o rosto marcado com rugas de sorrisos e dores desenhadas em boa parte pelo amor dedicado ao nosso povo.

Deus te acolha irmão, reza por nós! Gratidão de toda a diocese de Registro.