Por que ser Político?

Imagem: Tribunal Regional Eleitoral - SP
Imagem: Tribunal Regional Eleitoral - SP

Estando em um ano de eleições, quero fazer uma breve reflexão sobre a missão desafiadora de ser político em nosso país, nosso estado e nossa cidade, diante de um cenário tão massacrado pela opinião pública – Certamente você já ouviu (ou ainda vai ouvir) as seguintes frases que incomodam: (i) POLÍTICA NÃO É COISA PARA GENTE SÉRIA; (ii) EU ODEIO POLÍTICA. (III)  JAMAIS VOU ME ENVOLVER COM A POLITICA (quando isto acontecer – não se desespere … é normal este analfabetismo político (infelizmente). Neste momento é preciso buscar argumentos para tentar ajudar na mudança deste pensamento “equivocado”

Para dar uma resposta para estas afirmações é preciso olhar o conceito correto de política sob uma ótica cristã (veja não estou falando de uma ótica religiosa), isto é, não importa qual a sua religião e sim, se você acredita ou não em Deus (ser cristão). E se você acredita, como eu… Então já posso lhe afirmar que somos políticos porque somos cristãos.

Neste sentido (dimensão cristã) e recorrendo ao ensinamento do notório saber do Papa Francisco, recepcionamo o seguinte conceito: A política é a arte suprema de fazer o bem/fazer caridade/olhar para o bem comum (coletivo). A questão é que muitas vezes fazem uma confusão entre o conceito de política  e politicagem (esta sim é a pratica de condutas ilícitas que nada tem a ver com a verdadeira política);

Existem diferente formas de fazer política: Projetos sociais vinculados ao terceiro setor ou desenvolvidos pelas organizações religiosas, doações de bens materiais, ações educacionais sem fins lucrativos, entre outras.  Note que todas estas ações representam condutas do bem, logo, formas de ações políticas (responsabilidade social)

Desta forma, é importante notar que o exercício de um cargo público eletivo é apenas uma das inúmeras formas também realizar ação política… E uma das formas bem importante e de extrema relevância na medida em que que representa sempre um grupo de eleitores que depositaram a confiaram em alguém, para ser um “artista da caridade”;

Alguns  exemplos de políticos e políticas de expressão que jamais exerceram cargos eletivos:  Dra.  Zilda Arns  – fundadora da pastoral da criança e todos(as) que se envolvem neste projeto de amor;  Santa Dulce dos pobres na Bahia;  Pe Leo (fundador da  comunidade Bethania –https://www.bethania.com.br,) e tantos outros que doam muito de suas vidas para os mais vulneráveis e necessitados.  Note-se que estes nomes citados foram e são referências de pessoas que foram extremamente políticas(os) em suas ações cotidianas, porém nunca exerceram cargos eletivos (embora tivessem todos os elementos para o fazer);

Após estes apontamentos, podemos dizer ( sem vacilar) que o correto seriam as seguintes afirmações: POLÍTICA É COISA DE GENTE SÉRIA, COMPROMETIDA E QUE BUSCA O BEM COMUM; EU AMO A POLÍTICA PORQUE ATRAVÉS DELA É POSSÍVEL  FAZER O BEM COMUM com EXCELÊNCIA; EU SEMPRE VOU ME ENVOLVER COM A POLÍTICA PORQUE ELA É A EXPRESSÃO  DA CARIDADE AUTÊNCTICA;… E parafraseando o magistério do Prof. Mario Sérgio Cortella:  “É PRECISO SER POLÍTICO(a) PARA NÃO SER IDIOTA” (ALIÁS UM DOS SEUS MELHORES LIVROS ao qual eu recomendo)

Portanto, caro irmão(a), você está comprometido com o bem comum, se você faz ou está pretendendo fazer política, seja por meio de uma ação social (terceiro setor) ou mesmo através de um cargo eletivo vinculado, desde que plenamente vinculado ao exercício da moral, da ética e das virtudes   você está   no caminho certo, eis são todas formas de se fazer política. E todos nós deveríamos fazer, ou seja, seguir os passos do maior politico que já existiu: JESUS DE NAZARÉ, o qual determinou esta missão para nós. Em João, 10,10 vamos encontrar um dos maiores programa de vida e ensinamentos do Mestre:” Eu vim para que todos tenham vida e vida em abundância”

Por fim, quando alguém fizer aquelas afirmações equivocadas que citamos no inicio (se for oportuno), utilize o pensamento grande líder Martin Luther King: “O que me preocupa não é o grito dos maus. É o silêncio dos bons.” E este é o grande desafio para todos nós: Jamais silenciar, ser omisso e, principalmente, viver dominado pela “cultura do bem estar” permeada por um individualismo/egocentrismo opressor, como bem nos falou o Papa Francisco na cidade de Lampedusa na Itália, em sua 1ª viagem em julho de 2013.

“UMA BOA MISSÃO POLÍTICA PARA TODOS NÓS A FAVOR DOS POBRES E MAIS VULNERÁVEIS, SEMPRE ILUNINADO PELA AÇÃO DO Espírito Santo”.

 

Prof. Edilson Lara –

Diácono Permanente

 

Dom Manoel Ferreira dos Santos Junior, MSC

Bispo Diocesano de Registro