Seminarista Douglas Caravage recebe ministérios de leitor e acólito

Seminarista Douglas Caravage recebe ministérios de leitor e acólito

Na manhã do Segundo Domingo da Quaresma, 8, o Bispo Diocesano de Registro, Dom Manoel Ferreira dos Santos Júnior, mSC, presidiu missa na Paróquia Santo Antônio, em Cajati, na qual conferiu os ministérios de leitor e acólito a Douglas Roberto Barbosa Caravage, seminarista do segundo ano de Teologia.

A celebração marca um novo passo na caminhada vocacional de Douglas, uma vez que os seminaristas, candidatos ao sacerdócio, recebem os ministérios de leitor e acólito e os exercem por tempo conveniente como forma de uma melhor preparação para os futuros ministérios do diaconado e presbiterado.

Em sua homilia, Dom Manoel refletiu a respeito dos ministérios na vida da Igreja, recordando a origem etimológica da palavra: “Hoje, no meio de nós, um jovem vai receber seus primeiros ministérios. O que significa a palavra ministério?” – perguntou o Bispo e explicou – ‘Mini stare’, do latim, significa estar menor, estar pequeno para servir aos irmãos”.

Desde seus primórdios, a Igreja instituiu alguns ministérios com a finalidade de render a Deus o seu divino culto e de prestar, segundo as necessidades, um verdadeiro serviço ao povo de Deus. O Bispo de Registro recordou que o seminarista recebe o ministério de “leitor para proclamar a Palavra de Deus, para levar a Palavra de Deus aos doentes, aos que sofrem, mas sobretudo, para se aproximar da Palavra, para ter a Palavra no seu coração, para meditar constantemente esta Palavra. Para sentir Deus presente na sua vida, na sua história, na sua caminhada vocacional”.

O ministério do acólito está intimamente relacionado com o cuidado do altar. Desta forma, o seminarista passa a colaborar mais intimamente com os diáconos e sacerdotes nas ações litúrgicas, sobretudo na Santa Missa e passa a atuar como Ministro Extraordinário da Sagrada Comunhão. A respeito da missão atribuída ao acólito instituído, Dom Manoel recordou que o ministério “não é só para servir o altar, mas para se aproximar do altar, para estar perto do Senhor. Ao se aproximar do altar, Douglas, você vai se aproximar da Cruz de Cristo, você vai se aproximar da Paixão do Senhor, para chegar com ele também à sua ressurreição”.

Tempo de Conversão

Na homilia da Santa Missa, Dom Manoel recordou que “estamos no Tempo da Quaresma, tempo bonito, tempo de preparação para a Páscoa do Senhor, de maneira mais profunda, um tempo para olhar a nossa vida buscar a nossa conversão”.

“Existem duas maneiras de conversão” – assegurou Dom Manoel – “a primeira quando estamos no caminho errado e passamos a fazer o caminho certo. Às vezes somos egoístas, ou somos agressivos com as pessoas, somos preguiçosos para rezar e percebendo isso, passamos a nos comprometer mais com aquilo que é de Deus e buscamos uma mudança de atitude. Mas também a conversão pode ser um avanço do bem: eu já faço o bem, mas faço de maneira muito pequena. Às vezes já faço as coisas certas, mas de maneira limitada, muito preguiçosa. Neste sentido, conversão significa fazer a caridade de uma maneira melhor, me abrir mais às pessoas, ou poder ajudar mais as pessoas”.

Encontro com Deus

Recordando o chamado de Abraão, narrado na primeira leitura, extraída do Livro do Genesis, o prelado recordou que “nós também somos chamados a encontrar com Deus, constantemente, através da nossa oração, da participação na Santa Missa, porém, o encontro deve acontecer no coração. Quando nos encontramos de verdade com Deus somos transformados”.

Refletindo sobre o tempo presente, considerado difícil, Dom Manoel afirmou que “nós temos muitas ‘pré’ ocupações e às vezes, não conseguimos guardar um tempo para um encontro com Deus. Essa experiência de Abrão também deve ser a nossa: em primeiro lugar, o encontro com Deus nos traz felicidade, nos traz alegria verdadeira e daí nasce toda vocação”.

Dirigindo-se ao seminarista Douglas, Dom Manoel exortou: “Convido você a fazer esse caminho de se encontrar com Deus todos os dias e nesse encontro, descobrir os sinais de Deus. Abraão foi descobrindo os sinais de Deus, foi respondendo aos desafios de Deus, porque o encontro exige de nós uma resposta e os desafios são grandes. Por isso, encontrar, descobrir os desafios, os sinais e sobretudo ter obediência, já que muitas vezes, prosseguimos sem saber o que o Deus quer, até fazemos o encontro com Ele, mas depois fazemos as coisas do nosso jeito”.

Um Caminho que não é fácil

Ao meditar o episódio da Transfiguração de Jesus, o Bispo afirmou que o caminho para encontrar Deus não é fácil: “Os discípulos queriam sim chegar à ressurreição, mas não queriam passar pelo sofrimento, não queriam que Jesus passasse pela morte. Assim somos nós, queremos uma vida muito fácil, queremos que Deus nos proteja de tudo, mas a gente não se arrisca diante das coisas de Deus. Os discípulos estavam desanimados e Jesus convida três deles para subir a montanha, para rezar e acabam por fazer uma experiência bonita ao ver Jesus transfigurado. Essa transfiguração nos anima a continuar a missão”.

O Prelado convidou a não desanimar diante das dificuldades: “nos momentos difíceis da vida, em que vocês muitas vezes se sentem sozinhos, fracassados, cansados, é preciso subir ao monte. É preciso subir a este monte que nós estamos hoje [Igreja] para fazermos a experiência de ouvirmos que também somos filhos amados de Deus e depois daqui não podemos armar aqui três tendas como queria Pedro, precisamos voltar para nossa missão, voltar para o nosso dia a dia. Não voltamos do mesmo jeito, voltamos diferentes porque fizemos a experiência de sermos amados por Deus.

Por: Rubens da Cruz