Em Jacupiranga, Diocese de Registro celebra Vigília Missionária

Por ocasião da celebração do Dia Mundial das Missões e atendendo ao apelo do Papa Francisco, Dom Manoel Ferreira dos Santos Júnior, MSC, bispo diocesano de Registro, presidiu Vigília Diocesana Missionária, no sábado, 19, na Comunidade Nossa Senhora Aparecida, na Vila Elias, em Jacupiranga. A liturgia foi preparada pelo COMIDI (Conselho Missionário Diocesano) e pelas paróquias da Imaculada Conceição, de Jacupiranga, e Nossa Senhora Aparecida, de Registro.
A celebração da Vigília foi marcada por cantos, orações e sobretudo pelo testemunho da irmã Marinei Pessanha Alves, Missionária da Imaculada – PIME. A religiosa, natural da zona norte da cidade de São Paulo, através do testemunho de Religiosos Missionários, no de Mundial das Missões, em 1976, sentiu o chamado de Deus à vida missionária. “A minha vocação cresceu na comunidade paroquial: foi na comunidade, assumindo a catequese, visitando as famílias, acompanhando os ministros da Eucaristia na visita aos doentes, ajudando a limpar a Igreja... minha adolescência foi assim. Aos pouquinhos fui descobrindo que isso me trazia muita felicidade. Eu tinha uma vida normal, estudava, ia muito bem nos estudos, mas fui descobrindo que era isso que me fazia feliz”, destacou a irmã.
Em janeiro de 1979, com quase 18 anos, a irmã ingressou na Congregação das Missionárias da Imaculada Conceição. Ainda como noviça, seu amor pela China começou a florescer, após conhecer o sofrimento dos cristãos naquele país. Após ter trabalhado na periferia de São Paulo e na Amazônia, em 1989, foi enviada para Hong Kong, como primeira brasileira da congregação em missão nesse país. Desempenhou trabalhos junto aos refugiados vietnamitas. “Após sete anos de trabalho em Hong Kong, a congregação me deu a oportunidade de estudar ciências sociais, tornando-me uma assistente social, uma vez que não se pode fazer na China um apostolado de evangelização direto, através de uma profissão, eu o fazia. Isso deu-me a oportunidade de evangelizar no sul da China, como voluntária numa ONG.”, contou a religiosa.
Irmã Marinei, relatou que no ano de 2006, a religiosa foi eleita trabalhar na administração geral da congregação, em Roma, trabalho este que desempenhou até 2019. “No início, foi muito difícil para mim deixar Hong Kong, eu estava ali há 18 anos, dominava a língua, me sentia acolhida pelo povo, estava no auge do trabalho missionário. Ao mesmo tempo, percebi que Deus sabia o que estava fazendo, me dando a possibilidade de outra experiência. Na Itália, descobri que este trabalho como Conselheira da Congregação, me enriqueceu muito, pois eu tinha a possibilidade de visitar o trabalho missionário das outras irmãs, em 13 países, onde estamos presentes. O trabalho variado me enriqueceu muito. Foi uma experiência muito bonita para mim, não me senti menos missionária por estar na Europa”.
“Nós todos somos missionários, todos nós temos vocação missionária e cada um de nós é chamado a viver essa vocação missionária na nossa família, nas nossas comunidades. Na Igreja existem os missionários além-fronteiras, que é uma vocação particular. É uma vocação específica que experimento: sair do próprio país, sair da própria cultura, sair da própria Igreja local, isso porque existem muitas pessoas que não conhecem Jesus Cristo, é um direito deles, é um direito por amor, que eles possam fazer a mesma experiência do amor de Deus que nós fazemos”, concluiu irmã Marinei, que em breve retornará para Hong Kong para dar continuidade ao seu trabalho missionário.
Na conclusão da Vigília, dom Manoel dirigiu uma breve saudação aos fiéis presentes, recordando que “a missão é um chamado de Deus que a gente não entende muito, é um mistério. E Deus vai chamando cada pessoa, importando de nossa parte a abertura de coração para responder a esse chamado. Nesse mistério, não entendemos como a irmã foi trabalhar em Hong Kong e a irmã de lá veio trabalhar aqui no Brasil. Alguns de nós são chamados a ir a estes lugares mais difíceis, mas todos nós podemos colaborar com a missão. Podemos ajudar com nossos joelhos em oração, podemos ajudar com nosso bolso, nossa contribuição ou com nossos pés, indo Deus chama, manda e envia. E também podemos ser missionários em nossa terra: a missão começa em casa, passa na rua, chega onde trabalhamos, vivemos, e assim espalhamos Jesus Cristo a todas as pessoas”.
Antes da benção final, a oração do Pai Nosso foi recitado em bengalês (Bangladesh), malayalam (sul da Índia), cantonês (Hong Kong), italiano, inglês e português, para recordar como afirmou a irmã Maria Garofalo, do COMIDI, “que Deus é um Pai universal”.

Por Rubens da Cruz