Santo Antônio é festejado nas Paróquias de Cajati e Juquiá

Para celebrar a memória litúrgica de Santo Antônio, sacerdote franciscano e doutor da Igreja, Dom Manoel Ferreira dos Santos Júnior, mSC, presidiu no sábado, 13, celebrações eucarísticas nas duas paróquias da Diocese de Registro dedicadas ao santo. As missas foram transmitidas pelas redes sociais, tendo em vista a impossibilidade da presença física dos fiéis, como medida preventiva no combate ao COVID-19. 

Na parte da manhã, Dom Manoel celebrou a Missa na Paróquia de Cajati, com a presença do Padre Marciel Teixeira de Oliveira, pároco, e do Padre Onésio Ferreira Filho, vigário paroquial.  À noite, o Bispo presidiu a Eucaristia na Paróquia de Juquiá, tendo concelebrado o Padre Gilvaldo Mathias Miranda, SVD. 

A DEVOÇÃO À SANTO ANTÔNIO 

Na homilia, Dom Manoel recordou que “nós conhecemos Santo Antônio de diversas formas, sobretudo, popularmente, como santo casamenteiro. São tradições, porém não podemos ficar somente com essa ideia sobre Santo Antônio. Essa visão, pode ser boa, mas existem outros tantos aspectos mais profundos, que nos levam a conhecer um pouco mais da vida de Santo Antônio, sobretudo do seu compromisso com Deus e com a sua Palavra”, alertou. 

O Bispo lembrou que, mais do que a devoção à Santo Antônio, se faz necessário ter as atitudes voltadas para a espiritualidade do franciscano. “Ter devoção é rezar para o santo, rezar a Deus pelo santo, olhar com carinho para o santo. Ter a espiritualidade do santo é acolher na nossa vida aquilo que o santo viveu, colocando em prática o bem que o santo praticou, tentando colocar o Evangelho como centro da vida, como ele colocou. A devoção é importante, mas é preciso passar dela para a espiritualidade”, explicou.  

GRAÇA ESPECIAL 

“Quem era Santo Antônio?”, indagou Dom Manoel, continuando, “em primeiro lugar, um homem de Deus, comprometido com a oração e com a Palavra de Deus. Era um profundo orador, traduzia a Palavra de Deus de maneira bonita, de maneira simples e muito profunda. De onde vinha a grande sabedoria de Santo Antônio? Da sua oração, do aprofundamento do seu encontro com o Senhor, mas sobretudo, vinha de uma graça especial. Aliás, todas as pessoas têm uma graça especial: feliz o homem e a mulher que conseguem descobrir qual a graça especial Deus deseja comunicar às pessoas a partir do seu jeito de ser.”

Segundo o Prelado, em cada pessoa, a graça especial de Deus se manifesta de uma maneira diferente: “tem santo que tem a graça especial de viver na pobreza, na simplicidade, testemunhando ali Jesus Cristo. Tem santo, que tem a graça especial de ser exímio pregador. Tem santo que tem a graça especial de viver na humildade. Qual é a graça especial que Deus tem para você? Qual a Palavra, Deus tem a comunicar à toda humanidade, através de você?”. 

HOMEM MISSIONÁRIO

“Santo Antônio, pelo seu dom de pregação, obteve autorização da Ordem dos Franciscanos, para pregar, onde fosse necessário, a Palavra de Deus. Naquele momento da história, seu testemunho foi importante porque animou muita gente a viver a Palavra de Deus, corrigiu muita gente que estava em caminhos errados ou em pensamentos errados sobre a Igreja, sobre o próprio Cristo”, recordou Dom Manoel. 

HOMEM DA COMPAIXÃO E DO CUIDADO COM A VIDA 

Dom Manoel contou que certa vez, “Santo Antônio viu algumas pessoas famintas, então, dirigiu-se à dispensa do convento, reuniu todos os pães que lá encontrou e os distribui aos pobres. O padeiro, ao se aproximar o horário da refeição, deu-se conta do sumiço dos pães e desesperado lamentou-se com o Santo. Antônio mandou-lhe procurar melhor na dispensa e, para sua surpresa, havia tamanha quantidade de pão, que os frades se alimentaram e houve uma grande sobra que foi distribuída aos pobres”.

A partir deste fato, o Bispo de Registro recordou que “Santo Antônio era um homem que se compadecia do sofrimento das pessoas. Quando recebemos o pão de Santo Antônio, devemos lembrar que temos um compromisso para com os pobres. Esse compromisso deve brotar da nossa compaixão, do nosso cuidado pela vida. A partilha é um dom. É isso que Jesus nos pede no Evangelho: compaixão e cuidado levam à partilha”. 

“NESTA PARÓQUIA, NINGUÉM PODE PASSAR FOME”

Aos fiéis das Paróquias de Santo Antônio, nas cidades de Cajati e Juquiá, Dom Manoel pediu que assumissem “o jeito do Santo: primeiramente, ser povo de Deus, como Santo Antônio foi homem de Deus. Colocar Deus no centro da vida. Colocar a oração no centro da vida. Colocar a Palavra de Deus no centro da vida. Em segundo lugar, o povo daqui precisa ser missionário, levar a Palavra de Deus às pessoas, não ter medo de falar do Evangelho”. 

Por fim, o Bispo recordou a dimensão caritativa que deve orientar as comunidades. “Nesta Paróquia, não pode haver ninguém passando fome! A Paróquia de Santo Antônio deve partilhar. Que os paroquianos de Santo Antônio sejam homens e mulheres que sabem amar e partilhar”, concluiu. 

Por: Rubens da Cruz