A lei da vida: fazer escolha

A lei da vida: fazer escolha

Por: Pe. Luís Rodrigues Batista C.Ss.R.

Vivemos de escolhas. Temos de escolher, cotidianamente, desde que nos despertamos, até o momento quando passamos para o sono, novamente. Ao longo da existência, fazemos escolhas corriqueiras e também aquelas extraordinárias. Fazemos escolhas duradouras e efêmeras, mas todas são importantes e podem implicar em nossas realizações pessoais, profissionais, sociais etc.
O ato de escolher supõe certa organização. São múltiplos os modos para organizar a vida, tanto pessoal, quanto social. Esses diferentes modos aprendemos a denominar de pluralismo, isto é, existe uma continuidade e concatenação entre vários elementos presentes em nossa vida, senão caímos no extremo do radicalismo e nos tornamos fundamentalistas, o que pode ser um sinal de perigo para o presente e, principalmente para o futuro de determinado grupo ou sociedade. Não podemos concluir que o nosso modo pessoal ou grupal seja único e correto, em detrimento aos demais modos ou pessoas. A base do pensar e agir desse modo plural é que nos leva ao respeito ao outro como ser humano.
Nas organizações políticas e institucionais que participamos, podemos chamar esses diferentes modos de pensar e de agir de princípios democráticos. Esses princípios têm histórias de lutas e foram conquistados ao longo de séculos. Nos cinco séculos da história do Brasil já houve muitos sobressaltos nos desejos democráticos, mesmo no período republicano. É importante ter presente na memória os fatos que escreveram a história do nosso povo brasileiro.
Os nossos hábitos, a educação que recebemos, seja da família, da escola ou da sociedade a que pertencemos, têm consequências para nós e para os outros, no tempo presente e no futuro. As nossas escolhas supõem cultura, isto é, o modo como cuidamos da nossa própria existência. Cultura aqui está empregada com a conotação de costume, de modo de proceder, não no sentido de erudição que, via de regras, diz respeito às manifestações artísticas, como a
música, o teatro, a dança etc.
A escolha que fazemos tem para nós sentido político e indica um modo de organização e de convivência numa sociedade. Para os gregos essa organização era denominada polis, isto é, cidade. Daí o termo cidadão que usamos com muita frequência. Vivemos organizados como se estivéssemos na polis, onde temos direitos e deveres que são fundamentais para a nossa vida, para a nossa convivência, para a nossa cidadania.
Ao fazer as nossas escolhas, é fundamental que tenhamos em mente o que de fato queremos para nós e também para os outros. Não podemos ser presunçosos e querer só para o nosso egoísmo, para os nossos próprios interesses. Esse querer vai além de coisas e objetos, tem a ver com opiniões diferentes, com concepções ideológicas distintas e com escalas de valores. Temos que ter em mente que há diferentes réguas e critérios de medidas.
Nunca nos esqueçamos, que da cultura grega herdamos muitas coisas. A organização da nossa vida social, como inúmeras palavras que usamos diariamente. A nossa maneira de pensar tem muito da compreensão grega das coisas. Basta referirem-se à Filosofia que estudamos, ou mesmo aqueles que nunca tiveram nas mãos um livro de Filosofia, o modo de entender a vida, o mundo, a religiosidade, enfim, têm muito de cosmovisão grega nessa história.
Tenhamos presentes que os gregos, através da sua cultura, influenciaram o Império Romano, parte da bíblia e o cristianismo. A igreja católica recebeu influências helenistas e romanas na sua organização, sobretudo a partir do século IV. Pra concluir, nossas escolhas são influenciadas por coisas ou por alguém. Faça a escolha!